21.12.05
O Debate Soares - Cavaco
A Soares, quase sempre arrogante e presunçoso, chegando ao ridículo de se intitular também Professor e Universitário, só lhe terá faltado alegar os 23 Doutoramentos honoríficos que possui, sem a maçada de ter lido bibliografias recomendadas e demais dossiers, coisa inquestionavelmente invulgar, terá de reconhecer-se.
Cavaco esteve muito timorato, quase sem contestar as grosserias de Soares. Este, a maior parte do tempo, quando falava com os jornalistas, referindo-se a Cavaco, usava sempre um deselegante pronome : ele, ele diz, ele pensa, etc., etc. Para quem tem fama de animal político, exímio no comportamento de salão, experimentado em banquetes e recepções, é, no mínimo, um tanto decepcionante.
Contudo, para todos aqueles que têm algumas exigências culturais e éticas, ter-lhes-á custado, certamente, ver Cavaco tão amedrontado, nervoso, com o discurso pouco explícito, algo até atabalhoado, para um Professor Universitário legítimo, verdadeiro. Foi evidente o seu nervosismo e a inacapacidade de reduzir Soares à sua vacuidade e ao seu exacerbado narcisismo.
Mas ninguém pode dar aquilo que não tem e, como sabemos, Cavaco não nasceu para debates. Por isso, para Cavaco, não ser esmagado nestes confrontos equivale a uma quase vitória prática. Inversamente, para Soares, não conseguir esmagar adversários políticos, em debates, Cavaco, sobretudo, significa perder.
E, até aqui, nada de novo. Afinal, que vamos nós escolher : actores, declamadores, oradores, retóricos de tribuna dourada, aves canoras das banalidades republicanas, à semelhança do que temos tido nos últimos 20 anos ?
Que valorizamos mais : a honestidade, a competência, o conhecimento dos assuntos, a firmeza de carácter ou, pelo contrário, o discurso fluente, aparentemente ornado, florido, mas vazio e inócuo, sem coerência, nem consequência ?
Das respostas a esta pergunta depende o desfecho da presente Campanha Eleitoral.
Veja-se a que perfil pertence cada um dos actuais candidatos e faça-se então a escolha conveniente, ainda que não a ideal.
E com isto termino, por ora, como reacção a quente.
AV_Lisboa, 20 de Dezembro de 2005
Que, em 2006, você e os seus tenham muitas alegrias.
Obrigada por sua amizade.
FORTE ABRAÇO,
Bisbilhoteira.
PS.:Desculpe-me, não li o texto com a devida atenção, só por curiosidade, por isso deixo de comentar, até porque nem estaria à altura de fazer o comentário que você merece. Mais ABRAÇOS,
Bisbilhoteira.
<< Home